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AIDS

16/07/2014 · 04:48 · atualizado em 04/01/2021
Vírus reaparece no organismo de bebê do Mississipi declarado “curado” em 2013.

A cura da AIDS (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) é um sonho perseguido por muita gente da comunidade científica. Encontrar uma forma de expulsar o vírus HIV (Vírus de Imunodeficiência Humana) do organismo representa um xeque-mate contra a doença, que surgiu em 1930 numa variação do SIV (vírus da imunodeficiência símia) e tem como principal característica a mutação.

Essa altíssima variabilidade genética impede a cura efetiva da enfermidade. Todos os medicamentos descobertos até hoje apenas controlam manifestações e proporcionam qualidade de vida aos soropositivos.

Desde sua aparição, a chamada “praga do século XX” se aloja nas células, que passam a destruir a si mesmas e, num mecanismo de defesa, se esconde quando é oportuno, permanecendo num estado de dormência até se “reapresentar”. No entanto, aquilo que parecia impossível estava perto de acontecer. Em 2013, o “milagre da cura” chegou. Como publicamos na época - aqui mesmo na seção do Acontece - o desaparecimento do vírus na corrente sanguínea de um bebê infectado representava a primeira vitória da pesquisa sobre a resistência da doença.

O milagre do bebê do Mississipi

Um teste, realizado em Mississippi, nos Estados Unidos, apontava que 2 anos e meio após receber um tratamento agressivo com antirretrovirais, o “bebê do Mississipi”, como ficou conhecido, não apresentava mais a presença do vírus em seu organismo. Num procedimento inédito, a recém-nascida - que contraiu a doença durante a gestação - foi diagnosticada e tratada em menos de 30 horas após o nascimento. Desde então, o HIV parecia ter sido eliminado do corpo da menina.

Sem tomar remédios por pelo menos 1 ano, a criança levava uma vida normal e sem qualquer demonstração de sintomas. Era a grande evolução na medicina sobre o HIV.
 
A notícia de que a AIDS não era mais uma patologia incurável animou todos. Porém, aquilo que parecia ser o primeiro caso de 'cura funcional' e a prova de que o vírus pode ser totalmente eliminado em recém-nascidos não passou de especulação. Um anúncio feito semana passada por autoridades americanas revelou que a expectativa de melhora foi tristemente abalada pelo fato do o HIV ter reaparecido nos exames de rotina da menina, hoje com quatro anos.

Diferente da cura “por esterilização”, que indica uma erradicação completa do vírus e a manutenção da vida por vias “normais” sem precisar de remédios, a cura funcional é caracterizada pela presença mínima dele no organismo, sendo este indetectável pelos testes clínicos padrões.

A barreira enfrentada pela humanidade

Relembrando... A AIDS é o estado final da infecção crônica provocada pelo retrovírus HIV. É uma doença que anula a capacidade do sistema imunológico de defender o organismo de múltiplos micro-organismos, causando, entre outros problemas, infecções oportunistas graves como toxoplasmose, pneumonia e tuberculose pulmonar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença transformou-se num dos mais sérios agravos enfrentados pela humanidade. Suas estimativas registram que, aproximadamente, mais de trinta milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV, com predomínio das mulheres. Em larga escala, uma maioria absoluta desenvolverá a doença nos próximos anos.

Por isso, enquanto a ciência não descobre a cura, a melhor forma de combater a doença é a prevenção. Para evitar a transmissão da AIDS, recomenda-se sempre o uso de preservativo durante a relação sexual, uso de seringas e agulhas descartáveis, teste prévio no sangue a ser transfundido e uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados.

Soco no estômago

De acordo com Hannah Gay, pediatra do Centro Médico da Universidade que tratou a menina no período do nascimento, o reaparecimento do vírus foi “um soco no estômago". A notícia, segundo a médica, abalou não só a comunidade de pesquisadores, mas pacientes pelo mundo todo que acreditavam no “milagre” da cura.

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