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Leitura e escrita

05/12/2014 · 04:09 · atualizado em 08/12/2014
Alunos brasileiros têm desempenho ruim em pesquisa da Unesco.

Pensar no processo de construção do conhecimento sem o hábito da leitura é bastante estranho, uma vez que ler é um dos alicerces da formação do cidadão.  Consciente da importância social da leitura, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) fez uma pesquisa que analisou a capacidade de leitura e escrita de alunos do 4.º e 7.º anos do ensino fundamental.

O Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (TERCE) foi realizado em grandes dimensões, uma vez que investigou países da América Latina e o Caribe. Os resultados foram apontados através de uma avaliação de 2013 que incluiu estudantes de escolas públicas e particulares.

A pesquisa reuniu 134 mil alunos de 3.200 colégios da América Latina e Caribe.

A pesquisa reuniu 134 mil alunos de 3.200 colégios da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Caribe.  No Brasil, foram 220 escolas, em mais de cem municípios, somando o total de 7.408 estudantes.

Brasil fica em 6º lugar

No Brasil, apenas 31,21% dos alunos tiveram resultado satisfatório e 4,53% atingiram notas excelentes. Sendo assim, a maior parte dos estudantes brasileiros não apresentou um desempenho positivo, ou seja, não conseguiu atingir os conceitos bom ou ótimo. Segundo o TERCE, 64,26% dos estudantes do país, do 4.º e 7.º anos do ensino fundamental têm dificuldades com a leitura e escrita. Dentro deste grupo:

- 2,60% estão muito ruins;
- 17,19%, estão no nível ruim e;
- 44,47% estão em situação regular.

O Chile é o país que lidera o ranking, com 582,44 pontos. Por outro lado, o Brasil registrou 539,54, ocupando a  6ª posição. Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep), afirmou que “esses dados são amostrais, mas são compatíveis aos resultados de outras avaliações que já fizemos, como a Prova Brasil. Sabemos que uma parte dos alunos ainda não está no nível que gostaríamos, bom e ótimo, mas estamos no caminho para mudar isso, com o novo PNE (Plano Nacional da Educação).”

Ler é se desenvolver

Paulo Freire, um dos patronos da educação brasileira, disseminou a concepção de que  "alfabetizar-se é aprender a ler e a escrever o mundo” e dentro deste contexto, os livros e revistas, por exemplo, são indispensáveis nas etapas de desenvolvimento do ser humano.

Este estudo da Unesco reforça a necessidade de uma mobilização efetiva das autoridades e profissionais da educação a favor da leitura e escrita. A ideia central é divulgar dentro das instituições e famílias que a biblioteca é o espaço ideal para promover o gosto pelas práticas de ler e escrever e por este motivo, este ambiente escolar não pode ser subtilizado nas práticas docentes.

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