Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trouxe informações preocupantes sobre as queimadas em território brasileiro. De acordo com as verificações, o Brasil registrou o número recorde de focos de incêndio no início de 2015.

Os dados revelam que foram registradas 6.948 queimadas no Brasil entre os meses de janeiro e fevereiro. Estes resultados deixaram em alerta as autoridades porque desde 1999 não há apontamentos tão elevados em um período curto, ou seja, apenas 2 meses. Os números superaram a média histórica para o período e, ao mesmo tempo, equivalem a uma alta de 66%, comparando com os levantamentos realizados em 2014.

As principais áreas de incêndios estão no Mato Grosso, que contabilizou 1.502 pontos de calor. Na sequência, o Pará que tem 833 áreas queimadas, Roraima, com 748 focos, Maranhão, com 589, Bahia (399) e Mato Grosso do Sul, com 374 registros.

O pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, afirmou que “o crescimento de focos na região amazônica corresponde à elevação do desmate, já que o fogo é utilizado para eliminar as árvores.” O Inpe é o setor responsável por monitorar as ocorrências de queimadas nos territórios brasileiros. O Instituto organiza em tópicos as informações obtidas, entre eles, o risco de fogo e a situação nas áreas protegidas.

Relembrando... Queimadas

As queimadas são definidas como ilegais e se enquadram nos crimes ambientais. A queima de biomassa pode acontecer por causa da interferência do homem (ilegalmente) ou por motivos naturais (raios). Pesquisas internacionais sinalizaram que o Brasil, ao lado da Malásia e Indonésia, são os países que mais devastaram suas florestas neste início do século 21.

A lei número 6.902, de março de 1981, impõe obrigatoriedade no licenciamento ambiental para as atividades que possam prejudicar a natureza e a lei 9.605, de fevereiro de 1998, trata das punições para este tipo de crime. A legislação fixa as sanções administrativas e penais para as instituições empresariais e pessoas que degradarem o meio ambiente.

Efeitos das queimadas

De acordo com o Inpe, “as queimadas destroem a fauna e flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à  saúde de milhões de pessoas e à  aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas.”

Cenário sem previsão

Infelizmente, as ações ambientais que tentam frear o aumento das queimadas não estão sendo suficientes e por isso, fica difícil prever como ficará este cenário até o final deste ano. Por hora, nos resta acompanhar o monitoramento de Inpe e torcer para o controle destas queimadas.