História >>Primeira Guerra Mundial
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- O conflito
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- O fim da Guerra
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- A Guerra no cinema
Introdução
Uma Guerra que mudou o mundo
1914 marca o início de um conflito de proporções mundiais, que mudou a política e a sociedade do século XX: a Primeira Guerra Mundial, o primeiro conflito contemporâneo que envolveu diversos países do mundo inteiro, comprometidos com alianças político-militares. Embora tivesse início em 1915, as origens desse conflito remontam ao século XVIII, com a Revolução Industrial e ao Século XIX, com o Imperialismo. Vejamos por que nas páginas a seguir:
Quadro de Sousa Lima, retratando a marcha para a Primeira Guerra Mundial.
Os antecedentes
Dentre os muitos fatores que contribuíram para a eclosão da Primeira Guerra Mundial, os mais significativos foram:
- industrialização europeia, iniciada no século XVIII, na Inglaterra, que, posteriormente, se espalhou para o restante da Europa;
- as práticas imperialistas do século XIX;
- o nacionalismo;
- a política de alianças que os países europeus firmaram com o intuito de se proteger de ataques inimigos.
A locomotiva, um dos principais símbolos da Revolução Industrial, simbolizava a tecnologia e o progresso.
Os antecedentes
A industrialização
A Revolução Industrial inglesa, ocorrida no século XVIII, mudou o mundo. Usamos o termo "revolução" para indicar as enormes transformações ocorridas. O trabalho passou a ser feito através de máquinas e não mais artesanalmente, o que trouxe maior produção em menor tempo, menos custos, produtos mais baratos, consumo maior, maior produção.
Os antecedentes
A industrialização
No século XIX, a Revolução Industrial espalhou-se para os demais países da Europa, em especial, França e Bélgica. Mas, para que a industrialização funcionasse, era preciso um sólido apoio do estado, protegendo a indústria nascente. Por isso, países como a Itália e a Alemanha, que eram divididos em diversos reinos, tiveram seus processos de industrialização prejudicados. Sem um poder central, tornou-se mais difícil empreender a industrialização.
Logo, os mercados tornaram-se pequenos para tamanha produção industrial. Era necessário buscar mais mercados, em países que ainda não haviam se industrializado, na Ásia, África e na América Latina. A essa busca por mercados damos o nome de neocolonialismo, ou imperialismo.
Fábrica no século XIX utilizando mão de obra infantil.
Os antecedentes
O Imperialismo
O imperialismo ou neocolonialismo consistiu na busca de novas mercados, para os produtos manufaturados em nações não desenvolvidas industrialmente, em especial, na Ásia, África e América Latina. Mais do que a busca de mercados essa política estabeleceu um novo tipo de colonização. Entretanto, não devemos confundir a política neocolonial com a política colonialista europeia que existia no século XV, com a Expansão Marítima. Vejamos abaixo algumas diferenças:
As práticas coloniais
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O colonialismo (sécs XV
ao XIX)
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O neocolonialismo (sécs XIX e XX)
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Economia: Mercantilismo | Economia: Capitalismo Monopolista |
Objetivo: Busca de especiarias | Objetivo: Busca de mercados para os produtos Manufaturados Europeus |
Utilização de Mão de Obra Escrava | Mão de Obra Livre |
>>Clique aqui e veja a divisão do mundo entre as potências da Europa:<<
Os antecedentes
O nacionalismo
A unificação da Itália, em 1870, e da Alemanha, em 1871, estimulou sua adesão à política imperialista, mas de forma tardia. As disputas imperialistas e as novas configurações territoriais dos impérios europeus fomentaram o nacionalismo, que, aliado à disputa comercial, deu início às hostilidades no interior da Europa.
A formação do império Austro-húngaro aconteceu com a união do Império Austríaco com a coroa húngara em 1867, formando o segundo maior estado europeu, atrás apenas da Rússia e o terceiro mais populoso, atrás da Rússia e Alemanha, respectivamente. O nascimento deste império como nação geraria problemas gigantescos, do ponto de vista da administração, uma vez que o imperador da Áustria e da Hungria era único, mas tanto a Áustria quanto a Hungria possuíam os seus poderes legislativos e gabinete imperial próprios, gerando conflitos de interesses. Isso somado ao fato de que em suas fronteiras a Áustria-Hungria possuía mais de 10 nacionalidades diferentes!
A unificação alemã também foi um processo conturbado. Desde a dissolução do Sacro-Império Romano Germânico no começo do século XIX, os povos germânicos viviam separados em uma série de principados e pequenos reinos, os mais importantes entre eles eram a Áustria e a Prússia.
Com a ascensão de Otto Von Bismark ao cargo de chanceler, no governo da Prússia iniciou-se uma política de guerras e alianças com o intuito de se formar um estado germânico forte, sem, no entanto, incluir o império austríaco em seus planos, uma vez que este era o único estado que poderia contrapor a influência prussiana sobre as outras pequenas e pobres monarquias.
A política de Bismark culminaria em um conflito com a França, a Guerra Franco-prussiana de 1871, que encerrada com a vitória dos alemães sobre os franceses faria nascer o Império Alemão (Deutchesreich), cujo primeiro imperador, Kaiser no original alemão, seria Guilherme I.
Os antecedentes
O fato de terem sido obrigados a entregar esses territórios geraria na população francesa um forte sentimento de indignação e desejo de vingança contra o estado alemão, movimento conhecido como revanchismo francês.
A derrota francesa na Guerra Franco-prussiana
Os choques entre as políticas externas começariam a aumentar no início do século XX, principalmente se levarmos em consideração a quantidade de estados eslavos que faziam parte do império austro-húngaro, notamente eslovenos, croatas, bósnios entre outros.
Essas potências são colocadas em rota de colisão quando, em 1908, o império Austro-Húngaro anexa a região da Bósnia-Herzegovina, vindo a frustrar os planos sérvios, apoiados pelo império do czar, de formação da grande Sérvia, um estado eslavo nos Bálcãs.
Os antecedentes
À medida que as nações europeias se industrializavam e se fortaleciam economicamente, surgiu a preocupação desses estados em garantir a sua segurança. Assim, começaram a aparelhar suas forças, na chamada política de alianças, cujo objetivo era conseguir aliados políticos. No início do século XX, são formadas duas grandes alianças na Europa, a Tríplice Entente e Tríplice Aliança.
Tríplice Entente
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Tríplice Aliança
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França
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Alemanha
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Rússia
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Áustria-Hungria
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Grã-Bretanha
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Itália
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Dois dos impérios formadores da tríplice Aliança, império Austro-húngaro e o Alemão, somados à Itália (que participaria dos combates ao lado da tríplice entente) não existiam como estados nacionais até a segunda metade do século XIX, tendo passado por um processo de unificação e consolidação antes disso. Apesar de ser originalmente contrário ao envolvimento alemão nas disputas por novos mercados antes da consolidação do Império, a necessidade de um mercado consumidor exclusivo e de uma fonte de matérias-primas abundantes e baratas para a incipiente indústria alemã, o chanceler Bismark acabou por perceber a importância estratégica que a existência de uma base consumidora exclusiva representava. Para garantir acesso a esses mercados, o império Alemão envolveu-se em uma série de disputas com as outras potências coloniais, conquistando, inclusive, o direito de explorar algumas colônias na Ásia e na África.
A realidade pela qual passavam os países europeus durante o século XIX foi muito importante para lançar as sementes que gerariam o conflito. O surgimento de uma nova classe, o proletariado, e uma nova filosofia econômica, o socialismo, são provas disso.
Os antecedentes
Esta corrida armamentista geraria uma forte fonte de instabilidade nas relações entre as nações europeias. Com a intenção de resistir ao expansionismo Francês na Europa, em 1882 o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e a Itália unem-se para formar a Tríplice Aliança, quando do início do conflito, juntam-se a eles o Império Otomano, através de um acordo com ao Alemanha e a Itália declararia-se neutra, entrando posteriormente ao lado dos aliados contra a Tríplice Aliança.
Francisco Ferdinando e esposa, deixando a prefeitura de Sarajevo,
pouco antes do assassinato que daria inicio à Primeira Guerra Mundial.
O conflito
Apesar de, em seu ápice, ter envolvido mais de 27 países e nacionalidades, os historiadores costumam reduzir o número de principais envolvidos a apenas 6. O Império Alemão, o império austro-húngaro e o império turco-otomano formavam juntos a Tríplice Aliança, enquanto que o império britânico, o império russo e a república francesa por sua vez formavam a Tríplice Entente. O assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, foi o estopim para o início da primeira Grande Guerra.
Alianças militares europeias em 1915. A Tríplice Aliança está representada em marrom, a Tríplice Entente em cinza e as nações neutras em amarelo.
O conflito
O início do conflito
O assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando gera imediata resposta austríaca através do envio de um documento ao governo sérvio em que exige duras represálias aos assassinos. A Alemanha, acreditando na neutralidade russa, e respeitando o tratado com os austríacos, coloca-se ao lado destes. Com o apoio alemão os austríacos declaram guerra à Sérvia em 28 de Julho.Os exércitos russos são mobilizados tanto contra os austríacos, quanto contra os alemães e mantêm-se desta forma mesmo após inúmeros apelos alemães. No dia 1 de agosto os alemães declaram guerra ao Império Russo.A posterior entrada dos franceses e ingleses dá início ao conflito, que mais tarde ficaria conhecido como Primeira Guerra Mundial, um dos mais sangrentos da história da humanidade com mais de 15 milhões de mortos, entre militares e civis.
Os combates da primeira guerra podem ser divididos em 3 fases distintas. A primeira é uma guerra de movimentos rápidos, cujo objetivo principal era aniquilar as forças inimigas no menor prazo possível.Uma segunda etapa, conhecida como guerra de trincheiras, onde a utilização de novas armas, com o intuito de colocar o exército inimigo em movimento foram empregadas. E a terceira e última etapa que é marcada pela saída da Rússia do conflito através do tratado de Brest-litovski, e pela entrada dos Estados Unidos nos combates com o consequente fim da guerra menos de 1 ano depois.O entendimento do porquê a primeira fase da guerra previa a eliminação rápida do inimigo é simplificada quando se colocam em perspectiva as situações de aliança, das nações beligerantes.
A Alemanha, devido à posição central na Europa, estaria muito ameaçada caso fosse obrigada a lutar em duas frentes, um ocidental contra a Inglaterra e a França e outro oriental contra o gigantesco exército Russo, simultaneamente.
O conflito
A "Guerra de Trincheiras" caracteriza-se pela imobilidade, gerada principalmente devido à falha dos comandantes de ambos os lados em desenvolver táticas avançadas o suficiente para romper as defesas do adversário. As trincheiras eram caracterizadas por sua insalubridade. Eram úmidas e desprotegidas, obrigando os soldados a longos períodos expostos à chuva, ao frio e à fome.
Soldados em uma trincheira de comunicação, 1916.
Nas várias tentativas de se romper ao imobilismo da guerra de trincheiras, alguns avanços tecnológicos foram marcantes, como, por exemplo, o emprego de aviões como arma de guerra e não apenas como veículo de reconhecimento. O desenvolvimento dos primeiros carros blindados também foi um ponto marcante dessas tentativas. No entanto, uma das mais cruéis estratégias foi a utilização de gases venenosos.
O conflito
As tropas italianas que, desde 1882, faziam parte da aliança das potências centrais, declararam-se neutras ao início dos combates. Essa neutralidade foi negociada pela Áustria-hungria, inclusive com o oferecimento da Tunísia, uma colônia francesa na África com a clara intenção de aplacar os desejos coloniais do monarca italiano. A entrada da Itália deu-se no ano de 1915 quando este país declarou guerra ao império Austro-húngaro claramente interessado nas possessões austríacas de Trentino e Ístria. Em 1917, um importante fato muda as dimensões do conflito: a Revolução Russa, que faz com que a Rússia deixe a Primeira Guerra, após pagar uma multa a seus aliados. Neste conflito civil, a Rússia derruba a monarquia czarista e institui um novo governo, baseado nas teorias socialistas.
Com a saída da Rússia, a Alemanha continua suas investidas sobre a França e a Bélgica. Os inimigos da Alemanha ganham um poderoso aliado, os Estados Unidos, e aos poucos, a Alemanha vai perdendo seus aliados, frente ao poder bélico da Entente, formada agora pela Inglaterra, França, e por novos aliados como Bélgica, Estados Unidos e Itália, que havia abandonado a Tríplice Aliança.
Isolada, a Alemaqnha acaba se rendendo, em 1918 e em 1919 assinaria o Tratado de Versalhes, cujas severas condições vão lançar as sementes da Segunda Guerra Mundial.
O Fim da Guerra
O Tratado de Versalhes foi assinado em 1919 e pôs fim à Primeira Guerra Mundial, impondo à Alemanha condições humilhantes, alimentando a insatisfação alemã e sufocando o desenvolvimento econômico e militar do país até os anos 30. Através desse tratado os países vencedores impuseram àquilo que ficou conhecido como cláusula de culpa, isto é, a Alemanha assumia a culpa pelo início da guerra e, por isso, deveria ressarcir material e territorialmente os países vencedores, além de formar a Liga das Nações que, mais tarde, daria origem à Organização das Nações Unidas, um conjunto de países encarregados de evitar conflitos como a Primeira Guerra Mundial.
A Alemanha foi obrigada a ceder 10% de seu território nacional para os países vizinhos vencedores, além de ser obrigada a entregar todas as suas colônias, especialmente as situadas na África, além das historicamente disputadas Alsácia e Lorena, ricas em carvão e minério de ferro.
Assinatura do Tratado de Versalhes, França, em 1919.
O Fim da Guerra
O ressarcimento financeiro deveria ser feito através do pagamento de uma multa de aproximadamente 11 bilhões de libras, sendo reduzida mais tarde para algo em torno de 4 bilhões de libras.
Para se impedir que causasse um outro conflito de mesmas proporções, o exército alemão ficaria limitado ao número de 100 mil homens, a marinha a 12 mil homens e 15 navios e ficava proibida também a produção, importação ou exportação de material bélico e a posse de submarinos, aviões e gases letais também estava proibida.Como as cláusulas do tratado eram extremamente humilhantes, um forte espírito de vergonha e revanche surgiu na nação alemã, além do que a perda de parte de seu território e de sua população impuseram um grande fardo sobre a economia destruída da Alemanha.
Assim, estava aberto o caminho para que um partido, mais tarde, lançasse o apelo pelas causas nacionalistas e a superioridade racial, com um forte programa de reindustrialização, controle de inflação e reestruturação do exército e do orgulho nacional, chegasse ao poder. Em 1933, quando o partido nacional socialista, o partido nazista, assume o poder as portas para o conflito mais sangrento da humanidade estão abertas.
Hitler, comandando as tropas alemãs, uma "vingança" da Alemanha contra as nações do Tratado de Versalhes.
A Guerra no Cinema
A Primeira Guerra Mundial inspirou diversos filmes, com abordagens diferentes sobre este conflito. Chame os amigos, pegue a pipoca e vamos ver o conflito na tela!
Olga
Este filme brasileiro retrata a vida da revolucionária Olga Benário e mostra o panorama mundial que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. Nele podemos perceber algumas consequências da primeira Guerra para o mundo.
1900
Filme Italiano sobre a trajetória da Itália pouco depois de sua unificação até depois de sua participação na Primeira Guerra.
1917
O filme apresenta a missão de dois soldados britânicos durante a Primeira Guerra Mundial.
Lawrence da Arábia
Um grande clássico do cinema que narra a resistência inglesa ao Império Turco.
Gallípoli
Este filme, do diretor Peter Weir, feito em 1981, rapidamente se tornou um clássico. Sua história é sobre a batalha de Gallipoli, na Turquis, um dos mais sangrentos conflitos da primeira guerra mundial.
Glória Feita de Sangue
Neste filme, veremos as tropas francesas em pleno combate contra os invasores alemães.