História >> Independência do Brasil
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- A favor e contra
- E o povo ?
- D. Pedro I
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- Cronologia
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A Proclamação
A Independência do Brasil foi proclamada por Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822. Aconteceu como desfecho da crise nas relações econômicas e políticas entre Portugal e Brasil.
Durante os séculos XVIII e XIX, ocorreram diversas revoltas coloniais contra a dominação portuguesa no Brasil: Inconfidência Mineira (1789), Conjuração Baiana (1798) e Revolução Pernambucana (1817). Essas revoltas foram influenciadas pelas ideias liberais que, aliás, levaram à proclamação da Independência dos Estados Unidos e à Revolução Francesa. Foi um período marcante da história, pois significou a crise final do antigo sistema colonial e o fim das monarquias absolutistas.
Durante os séculos XVI e XVII, as monarquias absolutas europeias caracterizavam-se pela concentração da autoridade política na pessoa do soberano que intervinha e controlava todas as esferas do Estado. Foi neste cenário que eclodiu, em Portugal, a Revolução Liberal do Porto (1820).
Com a vinda da Família Real para o Brasil (1808) e a Abertura dos Portos (1810), os comerciantes portugueses sentiram-se prejudicados. A concorrência com os ingleses diminuiu os lucros dos "reinóis" , os portugueses ou filhos de portugueses que possuíam interesses comerciais e negócios no Brasil e que acusavam D. João VI, o Príncipe Regente, de relegar Portugal a segundo plano.
Veja aqui uma reclamação que fizeram a D. João VI : "[...] Digne-se Vossa Majestade tomar em consideração que Portugal é um reino de pequena extensão e escassamente povoado [...], que o ramo mais útil de sua agricultura, que é o vinho, se acha em decadência pela abertura dos portos do Brasil aos vinhos de todas as nações, que a nossa indústria paralisou consideravelmente com a livre entrada em Portugal e no Brasil dos produtos ingleses, com cujos preços não pode competir [...]"
A Proclamação
No auge da crise, em 1821, os comerciantes portugueses exigiram a volta de D. João VI para Portugal. Eles estavam reunidos para elaborar uma nova Constituição que limitaria os poderes do rei. Queriam que a cidade de Lisboa recuperasse a importância que perdera para o Rio de Janeiro e, no que dizia respeito ao Brasil, desejavam a volta do monopólio comercial, isto é, a recolonização do Brasil.
E D. Pedro? Como filho de D. João VI, ele deveria retornar para Portugal. D. João, em uma conversa com o filho, disse-lhe: "Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, que antes seja para ti, que és meu filho e hás de me respeitar, do que para qualquer um desses aventureiros..."
Sim. O governo português também exigia o retorno de D. Pedro à Corte. Para o Brasil, a volta de D. Pedro para Portugal representaria um retrocesso político e econômico. Várias manifestações de apoio à permanência do Príncipe Regente foram realizadas. Ele, então, decidiu ficar no Brasil. Esse fato, ocorrido em 9 de janeiro de 1822, ficou conhecido como "Dia do Fico", e D.Pedro teria dito:
Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digam ao povo que fico!"
Indignados com a ideia da permanência de D. Pedro no Brasil, militares portugueses que serviam no Rio de Janeiro se rebelaram. Os conflitos se agravavam, até que, no dia 7 de setembro de 1822, estava D. Pedro em viagem pela província de São Paulo, quando recebeu notícias de José Bonifácio e da Princesa Leopoldina... A Princesa presidia a reunião do Ministério no Rio de Janeiro e enviou para D. Pedro I uma carta com as ordens de Lisboa:
"Pedro, o Brasil está como um vulcão... As Cortes Portuguesas ordenam a vossa partida imediatamente, ameaçam-vos e humilham-vos.
Meu coração de mulher e esposa prevê desgraças, se partirmos agora para Lisboa..."
Tráfico negreiro
No mesmo momento, D. Pedro retirou de seu chapéu as fitas com as cores vermelha e azul que representavam as Cortes de Lisboa. Com esse gesto, proclamava a separação do Brasil de Portugal.
Essa cena foi retratada em um quadro que ficou célebre, Independência ou Morte, pintado por Pedro Américo .
A favor e contra
Quem apoiava D.Pedro ?
D. Pedro tinha o apoio de brasileiros e portugueses. Eles formaram um grupo que ficou conhecido como Partido Brasileiro. Eram ricos comerciantes, traficantes de escravos, fazendeiros e funcionários ligados ao comércio inglês e francês. Eram contrários às tentativas de recolonização do Brasil por parte do Governo Português. A recolonização ameaçava o livre comércio e as fontes de lucro daqueles que tinham seus negócios no Brasil. O Partido Brasileiro estava dividido em dois grupos: os democratas, liderados por Joaquim Gonçalves Ledo, defendiam eleições diretas; e os aristocratas, liderados por José Bonifácio, defendiam a manutenção da monarquia, o voto censitário e eram avessos às mudanças radicais, pois temiam as rebeliões populares.
Quem era contra D. Pedro?
O Príncipe Regente não contava com o apoio dos portugueses fiéis à Coroa. Eles formavam o Partido Português. Enquanto existiu, este partido fez de tudo para reaproximar o Brasil de Portugal. Eles queriam que o Brasil voltasse à condição de colônia. Eram grandes comerciantes, traficantes de escravos, funcionários da Coroa e militares. Foram chamados pela população de "Caramurus", "corcundas" e "pés-de-chumbo".
E o povo?
O povão assistiu a tudo espantado, sem participar dos principais fatos, sem o direito de opinar sobre o destino do país e, sobretudo, vivendo em péssimas condições de vida. Saint-Hilarie, naturalista francês, que estava de passagem pelo Brasil, na época mencionou o desinteresse do povo.
Grande parte da população do país era formada por camponeses pobres, escravos e ex-escravos. A economia estava baseada na agricultura e continuava voltada para o mercado europeu.
Livre de Portugal, o país passava para as mãos da Inglaterra. Os produtos ingleses eram de melhor qualidade e bem mais baratos. A concorrência desleal ocasionou a falência das fábricas brasileiras e impediu, por um longo tempo, o desenvolvimento industrial do país.
Outro fator que complicava nossa situação econômica era a dívida externa. O Governo Imperial pedia dinheiro emprestado à Inglaterra, pagando juros altíssimos. Assim, a dependência econômica do Brasil aumentava a cada dia.
D. Pedro I
Primeiro Imperador do Brasil (1822-1831) e, posteriormente, Rei de Portugal (1826). Nasceu e morreu em Queluz, Lisboa, Portugal. Era filho do Rei Dom João VI de Portugal e de Carlota Joaquina de Bourbon, primeira filha do Rei espanhol Carlos IV. Para escapar da invasão francesa em seu país, Dom João VI transferiu a Corte Portuguesa e sua família para o Brasil em 1807.
Em 1821, quando Dom João VI regressou a Portugal, Dom Pedro tornou-se o Príncipe Regente do Brasil. No ano seguinte, após a Proclamação da Independência, foi feito Imperador do Brasil.
Teve início, assim, o Primeiro Reinado, que se estendeu da Independência até a abdicação de Dom Pedro I, em 1831. As divergências entre os deputados brasileiros e D. Pedro levaram à dissolução da Assembleia Constituinte, convocada por ele em junho de 1822, antes mesmo da Independência. Dom Pedro exigia um poder pessoal superior ao do Legislativo e do Judiciário. As exigências do Imperador foram atendidas na redação da nova Constituição. Foi criado o Poder Moderador que fortalecia ainda mais o Monarca. Em 1824, outorgou a primeira Constituição brasileira.
Contra essa Constituição se rebelaram algumas províncias do Nordeste, lideradas por Pernambuco. A revolta conhecida como Confederação do Equador foi severamente reprimida. Os problemas do Imperador agravaram-se a partir de 1825, quando o Brasil saiu derrotado da Campanha Cisplatina, que resultou na Independência do Uruguai (1828). A popularidade do Império começava a cair junto ao povo e às elites brasileiras.
Em 1821, quando Dom João VI regressou a Portugal, Dom Pedro tornou-se o Príncipe Regente do Brasil. No ano seguinte, após a Proclamação da Independência, foi feito Imperador do Brasil.
Teve início, assim, o Primeiro Reinado, que se estendeu da Independência até a abdicação de Dom Pedro I, em 1831. As divergências entre os deputados brasileiros e D. Pedro levaram à dissolução da Assembleia Constituinte, convocada por ele em junho de 1822, antes mesmo da Independência. Dom Pedro exigia um poder pessoal superior ao do Legislativo e do Judiciário. As exigências do Imperador foram atendidas na redação da nova Constituição. Foi criado o Poder Moderador que fortalecia ainda mais o Monarca. Em 1824, outorgou a primeira Constituição brasileira.
Contra essa Constituição se rebelaram algumas províncias do Nordeste, lideradas por Pernambuco. A revolta conhecida como Confederação do Equador foi severamente reprimida. Os problemas do Imperador agravaram-se a partir de 1825, quando o Brasil saiu derrotado da Campanha Cisplatina, que resultou na Independência do Uruguai (1828). A popularidade do Império começava a cair junto ao povo e às elites brasileiras.

D. Pedro I
Depois da morte de Dom João VI, em 1826, D. Pedro foi proclamado Rei de Portugal com o nome de Pedro IV. Nesse mesmo ano, abdicou do trono português em favor de sua filha, Maria da Glória, de apenas sete anos, futura rainha Maria II. Nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Apesar da renúncia, sua relação com os assuntos internos de Portugal o tornaram cada vez mais impopular no Brasil. Além dos problemas econômicos, das derrotas militares, dos desentendimentos com a Assembleia, os problemas particulares do Imperador também contribuíram para o seu desprestígio. Sua ligação com Domitila de Castro Canto e Melo era pública. Em 1831, abdicou em favor de seu filho, Pedro II, e regressou para Portugal, onde apoiou Dona Maria da Glória que tentava recuperar o trono usurpado por seu tio, o regente Dom Miguel, que assumira o poder como Miguel I.
Dom Pedro I casou-se, em 1817, com Carolina Josefa Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria. Dessa união nasceram Maria da Glória (a Rainha Maria II de Portugal), Miguel (falecido muito pequeno), João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro (Imperador Pedro II do Brasil). Do segundo casamento, com a Duquesa de Leuchtenberg, Amélia de Beauharnais, nasceu a Princesa Maria Amélia. Dos dois casamentos e de suas inúmeras ligações amorosas, Dom Pedro I teve 18 filhos, sendo que quatro com a Marquesa de Santos.
Faleceu em 24 de setembro de 1834, na mesma sala em que nascera no Palácio de Queluz, poucos meses depois de devolver o trono à sua filha e após ter garantido a renúncia definitiva de Dom Miguel I. Em 1972, ano de comemoração do Sesquicentenário da Independência, seus restos mortais foram transportados do Panteão de São Vicente de Fora para o monumento do Ipiranga, na capital paulista. Seu coração havia sido doado à cidade do Porto, onde permanece na Igreja da Lapa.
Cronologia
O tempo foi passando e os fatos se sucedendo ...
1808
- Vinda da Corte Portuguesa ao Brasil.
- Decreto da abertura dos portos brasileiros "às Nações Amigas".
- D. João VI permitiu a produção de manufaturas brasileiras.
1815
- Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
1817
- Revolução Pernambucana
1820
Janeiro
- Revolução do Porto
- Vinda da Corte Portuguesa ao Brasil.
- Decreto da abertura dos portos brasileiros "às Nações Amigas".
- D. João VI permitiu a produção de manufaturas brasileiras.
1815
- Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.
1817
- Revolução Pernambucana
1820
Janeiro
- Revolução do Porto
Fevereiro
- Decreto anuncia a partida de D. Pedro para Portugal.
- D. João VI revoga o Decreto anterior.
Março
- Decreto do retorno de D. João VI a Portugal.
- Cortes Portuguesas iniciam a formulação da Constituição.
Abril
- D. Pedro é nomeado Príncipe Regente.
- Partida de D. João VI para Portugal.
Dezembro
- José Bonifácio defende a desobediência aos decretos da Corte portuguesa.
- Decreto anuncia a partida de D. Pedro para Portugal.
- D. João VI revoga o Decreto anterior.
Março
- Decreto do retorno de D. João VI a Portugal.
- Cortes Portuguesas iniciam a formulação da Constituição.
Abril
- D. Pedro é nomeado Príncipe Regente.
- Partida de D. João VI para Portugal.
Dezembro
- José Bonifácio defende a desobediência aos decretos da Corte portuguesa.
Quilombos
1822
Janeiro
- D. Pedro decide permanecer no Brasil, contrariando as exigências das Cortes de Lisboa. O "Dia do Fico" ocorreu em 9 de janeiro de 1822.
Março
- Fragatas lusas vêm ao Brasil com a missão de levar D. Pedro de volta. A missão não tem sucesso e os soldados ficam no Rio de Janeiro a serviço de D. Pedro.
Abril
- A popularidade de D. Pedro cresce nas províncias do centro-sul.
Maio
- D. Pedro recebe o título de Defensor Perpétuo do Brasil.
Junho
- D. Pedro convoca a Assembleia Constituinte
- Promulgação das normas para primeira Assembleia Constituinte.
Janeiro
- D. Pedro decide permanecer no Brasil, contrariando as exigências das Cortes de Lisboa. O "Dia do Fico" ocorreu em 9 de janeiro de 1822.
Março
- Fragatas lusas vêm ao Brasil com a missão de levar D. Pedro de volta. A missão não tem sucesso e os soldados ficam no Rio de Janeiro a serviço de D. Pedro.
Abril
- A popularidade de D. Pedro cresce nas províncias do centro-sul.
Maio
- D. Pedro recebe o título de Defensor Perpétuo do Brasil.
Junho
- D. Pedro convoca a Assembleia Constituinte
- Promulgação das normas para primeira Assembleia Constituinte.
Julho
- Remodelação do ministério de D. Pedro.
Agosto
- D. Pedro declara a proibição de desembarque de tropas portuguesas no Brasil.
- D. Pedro inicia-se como membro da Maçonaria.
Setembro
- Em viagem de volta a Santos, passando por São Paulo, D. Pedro recebe correspondência de José Bonifácio e proclama a Independência do Brasil.
- Nomeação da nova Junta Governativa.
Outubro
- D. Pedro torna-se Mestre da Maçonaria.
- Aclamação de D. Pedro como Imperador Constitucional, com o título de D. Pedro I.
Novembro
- Combate de Pirajá em que tropas fiéis a Portugal são derrotadas.
Dezembro
- Coroação do Imperador.
- Remodelação do ministério de D. Pedro.
Agosto
- D. Pedro declara a proibição de desembarque de tropas portuguesas no Brasil.
- D. Pedro inicia-se como membro da Maçonaria.
Setembro
- Em viagem de volta a Santos, passando por São Paulo, D. Pedro recebe correspondência de José Bonifácio e proclama a Independência do Brasil.
- Nomeação da nova Junta Governativa.
Outubro
- D. Pedro torna-se Mestre da Maçonaria.
- Aclamação de D. Pedro como Imperador Constitucional, com o título de D. Pedro I.
Novembro
- Combate de Pirajá em que tropas fiéis a Portugal são derrotadas.
Dezembro
- Coroação do Imperador.