Água
No mês em que celebraremos o Dia Mundial da Água – 22 de março – é de extrema relevância pensarmos um pouco sobre o tema “água”, uma vez que a cada dia ele ganha mais destaque nas discussões sociais, ambientais, políticas e econômicas.
O Dia Mundial da Água foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, com objetivo de fomentar debates e promover ações efetivas sobre a relação do homem com este indispensável recurso natural.
Planeta azul
No primeiro momento, é interessante relembrarmos que a água, aquela que sai das torneiras e alivia nossa sede no intenso calor, é um composto químico que reúne dois átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), originando a fórmula facilmente reconhecida como H2O.
Essencial para a sobrevivência dos homens, dos animais e das plantas, a água está presente em 71% da superfície da Terra, o que fez com que o nosso planeta ganhasse o apelido de Planeta Azul.
A importância histórica da água
A importância histórica da água é indiscutível. Diferentes povos da antiguidade ergueram suas comunidades às margens de rios. Os povos da mesopotâmia, entre eles, os assírios e os babilônicos, por exemplo, fundaram suas cidades entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio.
Essa localização privilegiada foi o que garantiu o desenvolvimento dessas populações que utilizaram as águas dos rios na pesca, no transporte, para a irrigação das plantações e para o consumo. Assim como os mesopotâmios, os índios que habitavam o Brasil, no período do descobrimento, também fizeram da água dos rios um pilar para a sobrevivência.
A água nossa de cada dia
O Brasil concentra cerca de 12% de toda água doce do planeta então, por que ter acesso à água potável aqui é quase que um privilégio?
A falta de chuva em algumas regiões do país, a ausência de políticas públicas para a distribuição regular e o uso inadequado do consumidor final são alguns dos motivos que transformaram a água em um “prêmio”. A recente crise hídrica vivida no estado de São Paulo exemplifica muito bem estes problemas relacionados.
O Brasil concentra cerca de 12% de toda água doce do planeta.
A água tratada no Brasil muitas vezes é desperdiçada antes mesmo de chegar aos consumidores. Os vazamentos nas tubulações e a falta de manutenção nas redes causam a perda de aproximadamente 3,6 bilhões de litros por ano. Em 2014, a ONG Trata Brasil apurou alguns dados e elaborou um ranking com as cidades brasileiras que mais desperdiçam água.
1. Porto Velho (RO) - 70,68%
2. Macapá (AP) - 69,44%
3. Cuiabá (MT) - 67,44%
4. Maceió (AL) - 64,29%
5. Jaboatão dos Guararapes (PE) - 62,97%
6. Rio Branco (AC) - 62,47%
7. Varzea Grande (MT) - 62,13%
8. Mossoró (RN) - 59,93%
9. Recife (PE) - 59,85%
10. Aracaju (SE) - 57,58%
A cultura do desperdício de água, infelizmente, é muito comum entre os brasileiros e isso torna a sua democratização cada vez mais difícil. Ao adotar comportamentos de consumo consciente a população verá os resultados refletidos na conta de água e, simultaneamente, ajudarão o planeta. Por isso:
– Quando ensaboar a louça, escovar os dentes, adote o hábito de fechar a torneira;
– Na hora do banho, passe sabão com o chuveiro desligado;
– Regule a válvula do vaso sanitário;
– Aposente as mangueiras na hora de regar as plantas. Utilize os regadores.
– Use vassoura para varrer o chão e não a água da mangueira;
A necessidade de preservação da água deve misturar-se a outros conceitos essenciais para a nossa qualidade de vida. E dentro deste contexto, ter acesso à água não deve ser considerado um privilégio e sim, um direito para todos os brasileiros.