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Retorno da febre amarela

17/01/2017 · 01:34 · atualizado em 04/01/2021
Governo de Minas Gerais decreta estado de emergência em 152 cidades.

De acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde, o número de casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais já chega a 152, com 47 mortes relacionadas à enfermidade. Dos registros notificados, 37 são considerados prováveis, pois os pacientes apresentaram sintomas da doença e um exame laboratorial positivo para o vírus.

A cidade mineira mais afetada é Ladainha, com 36 casos suspeitos, dos quais 8 são prováveis. Das mortes suspeitas, 16 são nesse município.

O surto já se espalhou por 26 cidades mineiras e, em virtude da situação, o governo de Minas decretou estado de emergência em saúde pública na área das unidades regionais de saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni, compreendendo 152 cidades mineiras e afetando 2,4 milhões de pessoas.

A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa, provocada principalmente pela picada de mosquitos do tipo Haemagoguse, encontrados em áreas silvestres e não pode ser transmitida de um indivíduo para o outro.

Geralmente, a contaminação se dá quando uma pessoa que não foi devidamente vacinada entra em áreas de transmissão silvestre, como florestas e regiões de cerrado. Verão e férias formam uma combinação perfeita para passeios e excursões em áreas como essas, por isso o risco de contrair a doença é muito maior.

A contaminação em áreas urbanas acontece após a contaminação do indivíduo não vacinado e que, infectado pelo Haemagoguse, entra em contato com o Aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue - tornando-se uma fonte de infecção.

O Aedes aegypti pode transmitir a doença por até 12 dias após ter picado uma pessoa contaminada.

Os sintomas

Inicialmente, os sintomas da febre amarela são discretos e se confundem com os de um resfriado. Febre alta, sensação de mal estar, dor de cabeça e muscular, cansaço e calafrios. Após algumas horas, esses sintomas tendem-se a se agravar com o surgimento de náuseas, vômitos e forte diarreia.

Em cerca de 15% das pessoas contaminadas pela febre amarela, a doença evolui de forma grave e pode ser letal. Geralmente há um indício de melhora, mas dias depois a febre reaparece e as fezes podem se tornar hemorrágicas, além do sangramento no nariz e boca. Há um bloqueio no funcionamento de órgãos vitais como fígado e rins, levando a vítima ao estado de coma e consequentemente à morte.

Reaparecimento da doença

Em 2014 surgiram os primeiros sinais de que a febre amarela estava ultrapassando a região amazônica. Na época, o Ministério da Saúde afirmou que o país passava por uma “reemergência” da doença.

Entre 2015 e 2016, foram confirmados 15 casos, com 10 mortes nos Estados de Goiás, Pará, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará e São Paulo.

Embora a doença não estivesse sendo mencionada como ameaça iminente nos últimos anos, é preciso entender que o vírus da febre amarela nunca deixou de circular no Brasil na forma silvestre.

Em média, a cada sete anos ocorre um aumento de casos em áreas fora da região da Amazônia. O último surto em humanos aconteceu em 2009, quando a doença atingiu o Rio Grande do Sul.

Prevenção

A transmissão urbana da febre amarela se dá através da picada de mosquitos Aedes aegypti, por isso a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação.

Como os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências, é necessário evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.

Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do "fumacê” e, além disso, tomar medidas de proteção individual, como a vacinação.

A vacina contra febre amarela é recomendada para toda a população a partir dos 9 meses de idade, tanto para residentes nas áreas de risco de transmissão quanto para os que viajarem para lá. Ela dá imunidade por pelo menos 10 anos e para fazer efeito deve ser aplicada 10 dias antes do deslocamento da pessoa para uma área de risco.

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