História >> Índios do Brasil IV- Saberes
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Pluriculturalidade
Por que estudar a cultura indígena brasileira? Todos os seres humanos são iguais e também diferentes, pelo modo como vivem nas suas culturas. O princípio da pluriculturalidade é admitir a convivência harmoniosa entre diferentes culturas às diversas formas de viver dos homens. Só isso já justifica estudarmos outras culturas, como a indígena.
Mas há também uma razão legal: a lei 11645/08, de 10 de março de 2008, estabeleceu a obrigatoriedade de estudo da cultura indígena, além da afro-brasileira, nas escolas de ensino fundamental e médio do Brasil.
Hoje o Brasil tem aproximadamente 0,4% de sua população composta por índios, num total de 734.000 índios, segundo dados do IBGE, distribuídos em 220 sociedades, considerando como índios aqueles que vivem em aldeias. Mas há mais, vivendo fora de áreas indígenas e também índios que ainda não foram contatados, vivendo em lugares muito remotos.
As diferentes sociedades que os portugueses encontraram quando aqui chegaram, em 1500, não tinham escrita, mas registravam sua história através de mitos orais, transmitidos de geração para geração.
Pluriculturalidade
Como não compreendiam essa diferença, os europeus, durante muito tempo, consideraram que os povos indígenas não tinham história e que a partir de 1500 haviam sido incluídos na história ocidental.
Assim, a presença do índio na história do Brasil está marcada pela sombra desde os tempos coloniais, quando o índio significava a mão-de-obra escrava, importante meio de sustentação da economia do Brasil Colônia, até o século XIX, quando se previu o completo desaparecimento dos povos indígenas, após séculos de exploração, escravidão, doenças vindas da Europa, desprezo do colonizador e políticas de proteção pouco eficientes.
Hoje essa tendência ao desaparecimento já começa a se reverter, com o aumento da população e a proteção de uma legislação específica para o índio. Veja como se distribuem hoje as etnias indígenas pelo Brasil.
Índios Guajajara- mãe e filho
Línguas
Muitos povos, muitas línguas
A língua é a chave que nos permite conhecer todo o universo cultural de um povo.
Em 1500, os povos que viviam no Brasil falavam cerca de 1.300 línguas diferentes. Mais de mil línguas indígenas foram extintas nestes 500 anos de colonização e hoje há 180 línguas indígenas identificadas. Há mais povos indígenas do que línguas porque alguns povos já perderam completamente a língua de seus ancestrais. Outros preservam sua língua e só usam o Português quando o contato com os brasileiros se torna frequente.
A língua que ficou logo conhecida dos portugueses, o Tupi, que era falada em toda a costa, não existe mais. Deixou de ser falada há muito tempo, com a extinção dos Tupinambá. Sobrou, apenas, uma descendente daquela língua, a Tupinambá - Nheengatú, ou Língua Geral do Amazonas, que foi muito alterada. Mas a língua Tupi foi a que mais influenciou a língua portuguesa hoje falada no Brasil. São mais de 350 nomes de aves, 225 nomes de peixes, muitos acidentes geográficos pelo país afora.
Pense sobre isto: O desaparecimento de uma língua representa uma enorme perda, pois com ela se vai o conhecimento e cultura daquele povo.
A praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, imortalizada na música "Garota de Ipanema" de Vinícius de Morais e Tom Jobim, é famosa no mundo inteiro. Mas pouca gente sabe que Ipanema vem da língua Tupi e quer dizer "água má, sem peixes". Há inúmeros outros exemplos. Você mesmo pode descobri-los, andando por este Brasil afora. Certamente você vai encontrar algum morro, praia, rio, rua, ou bairro que tem nome de origem indígena.
Línguas
Muitos povos, muitas línguas
As línguas indígenas no Brasil estão divididas em 35 famílias diferentes, incluindo-se como famílias de um único membro as chamadas línguas isoladas, que têm características únicas e, portanto, não têm parentesco com nenhuma das outras. As mais importantes famílias são as dos troncos Tupi, Macro-Jê e Família Karib. Dez das línguas indígenas faladas no Brasil não têm qualquer parentesco com outros idiomas. São as chamadas línguas isoladas.
Tronco Tupi
No tronco tupi está a mais numerosa família entre as línguas indígenas no Brasil. São 21 línguas vivas, além de seis famílias menores e algumas línguas isoladas que têm relações com a família Tupi- Guaraní. Além do Brasil, o tupi-guarani - a maior família do tronco Tupi - é falado na Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Tronco Macro-Jê
O grupo mais importante é a família Jê, que se divide em quatro outros grupos, os Timbira, Kayapó, Akwém e Kaingang. Há ainda as famílias Bororo, Botocudo, Karajá e Maxakalí. Algumas famílias que estariam classificadas no Tronco Macro-Jê hoje estão extintas, como a família Kamakã, que até o final do século XIX era falada na Bahia e no Espírito Santo.
As línguas indígenas no Brasil estão divididas em 35 famílias diferentes, incluindo-se como famílias de um único membro as chamadas línguas isoladas, que têm características únicas e, portanto, não têm parentesco com nenhuma das outras. As mais importantes famílias são as dos troncos Tupi, Macro-Jê e Família Karib. Dez das línguas indígenas faladas no Brasil não têm qualquer parentesco com outros idiomas. São as chamadas línguas isoladas.
Tronco Tupi
No tronco tupi está a mais numerosa família entre as línguas indígenas no Brasil. São 21 línguas vivas, além de seis famílias menores e algumas línguas isoladas que têm relações com a família Tupi- Guaraní. Além do Brasil, o tupi-guarani - a maior família do tronco Tupi - é falado na Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Tronco Macro-Jê
O grupo mais importante é a família Jê, que se divide em quatro outros grupos, os Timbira, Kayapó, Akwém e Kaingang. Há ainda as famílias Bororo, Botocudo, Karajá e Maxakalí. Algumas famílias que estariam classificadas no Tronco Macro-Jê hoje estão extintas, como a família Kamakã, que até o final do século XIX era falada na Bahia e no Espírito Santo.
Família de um chefe Camacã se preparando para uma festa,
Jean Baptiste Debret
Línguas
Muitos povos, muitas línguas
Família Karib
A família Karib é outro grande grupo de línguas indígenas que tem tantas afinidades entre seus membros que é conhecido como família ao invés de tronco. No Brasil são faladas 21 línguas Karib, faladas no norte do Amazonas, Roraima, Amapá, no Pará e Mato Grosso, mas há línguas da família Karib faladas na Guiana Francesa, Suriname e Guiana, além da Venezuela.
Família Karib
A família Karib é outro grande grupo de línguas indígenas que tem tantas afinidades entre seus membros que é conhecido como família ao invés de tronco. No Brasil são faladas 21 línguas Karib, faladas no norte do Amazonas, Roraima, Amapá, no Pará e Mato Grosso, mas há línguas da família Karib faladas na Guiana Francesa, Suriname e Guiana, além da Venezuela.
Índios Caiapó.
Línguas isoladas
São chamadas línguas isoladas, a Tikuna, com mais de 20 mil falantes, a Aikaná, também conhecida como Tubarão, falada por menos de 100 pessoas, em Rondônia, o Koaiá, ou Arara, o Kanoê, ou Kapixaná, o Jabuti, o Arikapú, o Mky, o Trumái, o Awakê e não se sabe ao certo se ainda há conhecedores do Máku.
São chamadas línguas isoladas, a Tikuna, com mais de 20 mil falantes, a Aikaná, também conhecida como Tubarão, falada por menos de 100 pessoas, em Rondônia, o Koaiá, ou Arara, o Kanoê, ou Kapixaná, o Jabuti, o Arikapú, o Mky, o Trumái, o Awakê e não se sabe ao certo se ainda há conhecedores do Máku.
Aprenda algumas palavras indígenas neste vídeo
Meio ambiente
O conhecimento do meio ambiente é essencial para a sobrevivência das populações indígenas. Há índios que vivem na floresta, no campo, no cerrado, nas montanhas e no litoral, junto ao mar. Mas em qualquer desses locais, dependem da natureza e precisam, portanto, conhecê-la bem. Em alguns casos, os índios chegam a fazer classificações, como fazem os cientistas. O índio também costuma saber a época em que cada fruto amadurece, conhecer os hábitos dos animais - se andam de dia ou de noite, onde se escondem - e a localização dos vegetais que vão servir de alimento ou de remédio para o seu povo.
As sociedades indígenas convivem com o ambiente sem danificá-lo de forma irreversível, porque não se consideram donos da terra. Para eles, existe uma relação de troca entre os humanos e os seres sobrenaturais que são os “donos dos animais”, os “mestres de plantas” e igarapés. E todo o equilíbrio do universo depende dessa troca.
Viver em harmonia com o meio ambiente e retirar dele o que possa servir de alimento. Pegar também a madeira, a palha para fazer a casa e o barro para as panelas. A água para beber, banhar e cozinhar. As fibras, fios, sementes e penas para enfeitar o corpo. Buscar os venenos escondidos nos troncos e cogumelos, que possam ajudar na pesca. Colher o remédio para a tosse, para a dor e para a tristeza.
As sociedades indígenas convivem com o ambiente sem danificá-lo de forma irreversível, porque não se consideram donos da terra. Para eles, existe uma relação de troca entre os humanos e os seres sobrenaturais que são os “donos dos animais”, os “mestres de plantas” e igarapés. E todo o equilíbrio do universo depende dessa troca.
Viver em harmonia com o meio ambiente e retirar dele o que possa servir de alimento. Pegar também a madeira, a palha para fazer a casa e o barro para as panelas. A água para beber, banhar e cozinhar. As fibras, fios, sementes e penas para enfeitar o corpo. Buscar os venenos escondidos nos troncos e cogumelos, que possam ajudar na pesca. Colher o remédio para a tosse, para a dor e para a tristeza.
Rio Amazonas
Meio ambiente
Mais do que viver na natureza, o índio depende dos recursos naturais para viver. Mas é preciso cuidado. Nem tudo pode ser caçado. Nem tudo pode ser comido por todos. É preciso respeitar o espaço e o dever de cada um: homens e mulheres, humanos e animais, seres da natureza e seres sobrenaturais.
Venenos
Os índios sabem encontrar nas matas e extrair das plantas diversos venenos que utilizam na caça e pesca. Na captura dos peixes são usados certos vegetais cujo suco, misturado com a água, os intoxica ou asfixia. Talvez o exemplo mais conhecido seja o timbó ou tingui, que contém um elemento chamado saponina, que atua na água, impedindo os peixes de efetuarem as trocas respiratórias normais.
Na caça, os venenos de origem vegetal recebem o nome de curare. Tem aparência de piche e sabor muito amargo. É preparado a partir de plantas tipo cipó e trepadeira e colocado diretamente nas pontas das flechas. O curare age rapidamente, paralisando primeiro os músculos do pescoço, da nuca e depois dos membros. A morte se dá por asfixia, pois a paralisação impede o animal de respirar. Como o curare não é absorvido por via digestiva, a carne do animal abatido pode ser consumida sem perigo.
Venenos
Os índios sabem encontrar nas matas e extrair das plantas diversos venenos que utilizam na caça e pesca. Na captura dos peixes são usados certos vegetais cujo suco, misturado com a água, os intoxica ou asfixia. Talvez o exemplo mais conhecido seja o timbó ou tingui, que contém um elemento chamado saponina, que atua na água, impedindo os peixes de efetuarem as trocas respiratórias normais.
Na caça, os venenos de origem vegetal recebem o nome de curare. Tem aparência de piche e sabor muito amargo. É preparado a partir de plantas tipo cipó e trepadeira e colocado diretamente nas pontas das flechas. O curare age rapidamente, paralisando primeiro os músculos do pescoço, da nuca e depois dos membros. A morte se dá por asfixia, pois a paralisação impede o animal de respirar. Como o curare não é absorvido por via digestiva, a carne do animal abatido pode ser consumida sem perigo.
Strychnos toxifera, planta de onde se extrai o curare.
Fonte: Livro Plantas Medicinais de Köhler, de 1887.
Astronomia
O céu sempre exerceu fascínio sobre o homem, como sinônimo de mistério e conhecimento entre os índios não é diferente.
Vários povos indígenas classificam as estrelas em constelações, mas essa distribuição não coincide com a que costumamos fazer. Sociedades, como os Tupinambá, faziam previsões sobre a vinda do período chuvoso a partir do aparecimento de certas estrelas. Outros relacionam as grandes marés com as fases da lua cheia e nova. Há, ainda, quem diga que quando o Sol se desloca de norte para sul, venta e quando se movimenta no sentido oposto traz chuvas. Alguns grupos, como os Krahô, chegam a identificar manchas escuras no céu, além das constelações.
Mas o conhecimento astronômico dos índios jamais chegou a ser aprofundado, principalmente porque eles costumam conhecer bem apenas a pequena área geográfica onde habitam. Têm-se a oportunidade de viajar para fora de suas terras, costumam aumentar e aprofundar seus conhecimentos.
Para as sociedades indígenas a ordem do mundo é uma mistura entre o social, o natural e o sobrenatural. Para manter essa ordem, os seres humanos devem obedecer às regras sociais e participar de cerimônias e rituais que geralmente expressam a articulação entre a sociedade, a natureza e o mundo sobrenatural.
Astronomia
Alguns fenômenos naturais são atribuídos aos espíritos, enquanto outros estão relacionados à posição de astros e ao surgimento de constelações. Nas aldeias Borôro, no Mato Grosso, espíritos chamados maereboe são responsáveis pelo vento, pela chuva e por estrelas cadentes ou bólidos, além de responder pelo movimento e luz do Sol e da Lua.
Já no céu dos Desâna se pode estabelecer correlações entre o aparecimento de constelações e as variações climáticas que influem nas práticas econômicas (trabalhos na roça, coleta e pesca). A queda de bólidos e os eclipses solares e lunares podem causar males, que só poderão ser afastados com a ajuda do xamã - médicos-feiticeiros.
Medicina
Nas sociedades indígenas a medicina é praticada de forma diferente da que conhecemos. O tratamento tradicional é de responsabilidade do xamã, reconhecido como uma das mais importantes fontes de informações sobre o uso das plantas da floresta. Ele conhece e usa as plantas medicinais fazendo chás, pastas e pó, dando para o doente beber ou colocar nos ferimentos externos ou usando para borrifamento, massagens e sucção. Enquanto entoa cantos de cura, fuma cigarros e espalha fumaça sobre o corpo do doente, praticando o chamado sopro. Dependendo da direção e da forma da fumaça, ele é capaz de pressagiar a morte do doente ou a causa do mal.
Sopros
Os sopros de fumaça são usados para anular malefícios, afastar tempestades e têm força exorcizadora nos nascimentos e rituais de iniciação praticados na puberdade.
Mas também é certo que muitas práticas xamanísticas não dão resultado e há casos de doenças graves e mortes por falta de tratamento adequado. Por outro lado, certas tradições indígenas resultam em efeitos inexplicáveis pela medicina e pela ciência modernas.
Muitas das plantas medicinais são realmente eficazes. Vale lembrar que, hoje, cerca de 25% das drogas medicinais industrializadas têm seus princípios ativos originados em plantas da floresta tropical. Esses medicamentos chegaram ao uso comum graças ao conhecimento dos índios.
Medicina
Muitas aldeias, atualmente, dispõem de serviços médicos com sanitaristas, enfermeiros e outros profissionais de saúde ligados a entidades governamentais, não-governamentais ou religiosas.
Os maiores riscos à saúde indígena vêm da convivência com a natureza, do contato com microorganismos estranhos, que se propagam com o desmatamento e a colonização de áreas florestais e contato com homem branco. Dentre essas doenças destacamos a malária, leshmaniose, tuberculose, doença de Chagas, gripe, varíola, diarreia, doenças sexuais e alcoolismo. Algumas sociedades indígenas consomem bebidas alcoolicas em suas festas, mas foi o contato com o homem branco que introduziu nas aldeias as aguardentes industrializadas, que causam maior dependência. Para os índios, todas essas doenças são causadas por forças ocultas
e devem ser curadas pelo xamã. Muitas dessas doenças já são tratadas segundo os métodos modernos o que vem ocasionando melhoria nas condições de saúde dos índios, com o acesso a remédios industrializados e tratamento hospitalar.
Mas as altas taxas de mortalidade entre os índios e a grande precariedade das condições de saúde levaram o Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a estruturar, a partir de 1999, um sistema de atenção à Saúde Indígena, articulado com o Sistema Único de Saúde - SUS.
Índia Asuriní com criança visita posto de saúde - Xingu (MT) - © Ricardo Azoury.
Medicina
Plantas medicinais
Os primeiros viajantes europeus ficaram surpresos diante da variedade de plantas medicinais usadas pelos índios, especialmente pela forma como eram preparadas. Enquanto os europeus costumavam combinar várias espécies, os índios usavam
uma planta de cada vez no tratamento de uma doença.
Esta técnica é seguida até hoje pelas sociedades indígenas e imitada nas receitas homeopáticas e naturalistas dos médicos modernos. Mesmo assim, pouco se sabe sobre esses conhecimentos indígenas.
Os primeiros viajantes europeus ficaram surpresos diante da variedade de plantas medicinais usadas pelos índios, especialmente pela forma como eram preparadas. Enquanto os europeus costumavam combinar várias espécies, os índios usavam
uma planta de cada vez no tratamento de uma doença.
Esta técnica é seguida até hoje pelas sociedades indígenas e imitada nas receitas homeopáticas e naturalistas dos médicos modernos. Mesmo assim, pouco se sabe sobre esses conhecimentos indígenas.
Índios pertencentes à sociedade indígena Xucuru-Kariri de Alagoas.
Cascas, sementes, raízes, folhas e caules de diversas espécies são usadas para preparar purgativos, depurativos, anestésicos, sedativos, adstringentes, pastas, chás e infusões para tratamento de malária, distúrbios gástricos, ferimentos, hemorragias, febres, diarréia e disenteria, doenças venéreas, dor de dente, anticoncepcionais, vermes, hemorroidas, irritações nos olhos, entre outras doenças contraídas pelos índios, seja em contato com o meio ambiente natural ou através de contato com os regionais.
Ipecacuanha
Medicina
Plantas medicinais
Ação | Plantas |
---|---|
Hemorragias | As hemorragias são estancadas com cogumelos. |
Irritações nos olhos | Suco de pimenta vermelha, as folhas do mokumoku e o suco do kuruwatti e da palmeira. |
Doenças venéreas | Casca de hyvourahi e diversas espécies de ipê. |
Sedativos | Guaxima e ubirataya ou ibirarta-iba. |
Dor de dente | Monomoho ou jaborandiba. |
Purgativo | Raiz da ipeca, diversas espécies de nozes com andauassu, pinhão, salsaparilha. |
Medicina
Plantas medicinais
Ação | Plantas | Malária | Usam a quinina, que até 1930 foi o único medicamento disponível para tratar essa doença tropical. |
---|---|
Verminoses | Gameleiras branca e sementes de andira. |
Distúrbios gástricos | Paico. |
Diarreia e desinteria | Infusões da casca de várias plantas, sendo a mais popular a ipecacuanha. |
Ferimentos | Bálsamo e folhas secas socadas de jaborandi para cicatrizar. Para tratar, feridas, copaíba. |
Febres | Chás e infusões de casca de amapaina, guaraná, quina, taperihua, caroba, caapeva e camara. |
Medicina
Demografia
Pela primeira vez, desde 1500, pode-se dizer que a população indígena no Brasil começa a crescer. Nas duas últimas décadas, vem-se registrando aumento nas estatísticas demográficas de várias sociedades. Veja neste vídeo um pouco mais do saber indígena sobre plantas medicinais :
Pela primeira vez, desde 1500, pode-se dizer que a população indígena no Brasil começa a crescer. Nas duas últimas décadas, vem-se registrando aumento nas estatísticas demográficas de várias sociedades. Veja neste vídeo um pouco mais do saber indígena sobre plantas medicinais :
Um dos fatores que influencia o crescimento populacional é, sem dúvida, o tratamento das doenças e o uso de medicamentos industrializados, a partir da instalação de postos de saúde e do trabalho de profissionais médicos em aldeias.
Mas o crescimento da população não é comum em todas as sociedades. Algumas acreditam que o mundo dos homens está diretamente relacionado com as plantas, os animais e outros componentes do universo. Assim, determinam regras para garantir a sobrevivência individual e coletiva.
Na cultura Tukano, por exemplo, o crescimento da população é controlado de perto. É comum o uso de métodos anticoncepcionais e as famílias com muitos filhos são vistas como irresponsáveis.
Medicina
Os índios Dení e Karitiana usam o extrato da trepadeira menispermácea para preparar um tipo de contraceptivo natural.
Eles colhem o talo da planta, trituram com pedra ou madeira dura e depois misturam com água. O líquido é tomado pelas mulheres algumas semanas após o parto e também pelos homens em grandes quantidades até induzir ao vômito.
Depois é tomado em doses menores, tornando o efeito eficaz até dois anos. Pesquisas realizadas por farmacologistas indicam que o princípio ativo dessa planta afeta os homens e não as mulheres.
Jateorhiza é um género botânico pertencente à família Menispermaceae.
Mitos
Os mitos são uma maneira de refletir sobre a sociedade, a natureza, o mundo, o universo. Embora pareçam ingênuos estão repletos de significado social, fazem parte da educação das crianças e são repetidos para as pessoas durante toda a vida. Como os contos de fada e as histórias da carochinha, os mitos ajudam as sociedades indígenas a transmitir reflexões, conhecimentos e valores importantes.
E assim como outras sociedades, os povos indígenas também transmitem seus conhecimentos e experiências por meio de mitos. Como durante muito tempo não tinham escrita, transmitiam seus conhecimentos pela fala. Às vezes os mitos parecem estranhos para nós que somos de outra cultura. Para compreender os mitos, é preciso estudar as formas de viver e pensar dos povos que criaram esses mitos. Assim como existem muitos grupos indígenas, há também muitas diferenças entre os seus mitos. Veja abaixo um vídeo sobre o mito da criação do fogo:
Mitos
A linguagem dos mitos emprega largamente a metáfora e também utiliza elementos concretos como as palavras da língua, as experiências da vida e a relação entre as pessoas. Vários mitos estão ligados a ritos específicos, como os de passagem, que marcam a passagem de um grupo ou indivíduo de uma situação para outra. Estes ritos se ligam a gestação e ao nascimento, à iniciação na vida adulta, ao casamento,
à morte e a outras situações.
Um dos rituais mais conhecidos é o QUARUP, ou Kuarup, nome de uma madeira, um ritual de homenagem aos mortos realizado pelos índios da região do Xingu, o primeiro homem do mundo da sua mitologia. O Quarup é realizado sempre em homenagem a uma figura ilustre, já morta, e começa com a chegada de grupos de índios de outras aldeias. Depois alguns índios cortam um tronco de kuarup e o fincam sob uma cabana de palha construída em frente à Casa dos Homens. O tronco é decorado e recebe homenagens. À noite acontece o momento de ressurreição simbólica do chefe homenageado, e as mulheres começam a chorar.
No dia seguinte se iniciam competições entre os campeões de cada tribo e os visitantes e há trocas de presentes. Ao final, o tronco é lançado num rio.
à morte e a outras situações.
Um dos rituais mais conhecidos é o QUARUP, ou Kuarup, nome de uma madeira, um ritual de homenagem aos mortos realizado pelos índios da região do Xingu, o primeiro homem do mundo da sua mitologia. O Quarup é realizado sempre em homenagem a uma figura ilustre, já morta, e começa com a chegada de grupos de índios de outras aldeias. Depois alguns índios cortam um tronco de kuarup e o fincam sob uma cabana de palha construída em frente à Casa dos Homens. O tronco é decorado e recebe homenagens. À noite acontece o momento de ressurreição simbólica do chefe homenageado, e as mulheres começam a chorar.
No dia seguinte se iniciam competições entre os campeões de cada tribo e os visitantes e há trocas de presentes. Ao final, o tronco é lançado num rio.