A partir de meados do século XIX, mais precisamente 1870, a monarquia enfrentou graves problemas de ordem econômica e política.

Muitos problemas nesse período agravaram a situação da monarquia.

Crises com a mão-de-obra

O caminho que resultou na abolição da escravidão revelou grandes impasses para a economia brasileira.

Por que isso aconteceu?


Desde a proibição do tráfico negreiro (1850), a mão-de-obra escrava ficou escassa, e os os cafezais paulistas começaram a enfrentar problemas na produção.

Os fazendeiros de café queriam que o imperador custeasse a vinda de imigrantes europeus (trabalhadores livres) para substituir a mão-de-obra escrava. No entanto, as províncias do nordeste e do Vale do Paraíba ainda defendiam o trabalho escravo e lucravam com o tráfico interprovincial. Tal fato revelou a real oposição entre as elites da época. A lentidão do imperador em resolver a crise levou os cafeicultores paulistas a se aproximarem do Partido Republicano na defesa do regime republicano federalista.

Um dos grupos mais representativos de oposição à monarquia eram os abolicionistas
. O movimento abolicionista, iniciado em meados do século XIX, lutava pela aprovação de leis que acabassem com a escravidão. Os membros do movimento patrocinavam comícios, campanhas públicas e colaboravam na fuga de escravos.

Em 1888, muitos fazendeiros paulistas já adotavam o trabalho livre (imigrantes europeus) em suas lavouras de café. A escravidão não lhes interessava mais; ou melhor, não era mais lucrativa. Na verdade, em muitos municípios o trabalho escravo já havia sido abolido. No Ceará, por exemplo, a abolição ocorreu em 1884.

Foi diante desse cenário que, em maio de 1888, o Parlamento aprovou a Lei Áurea, abolindo o trabalho escravo no Brasil. 

Todas essas transformações levaram a uma grave crise financeira que abalou a estrutura da monarquia. Para complicar a situação, o imperador havia triplicado a dívida externa com a Inglaterra após a Guerra do Paraguai. No setor político, além de perder o apoio dos fazendeiros, D. Pedro II enfrentava acusações de corrupção e favorecimento a pessoas ligadas à família imperial.