Desde
a proibição do tráfico
negreiro (1850), a
mão-de-obra escrava ficou escassa, e os os cafezais paulistas
começaram a enfrentar problemas na produção.
Os
fazendeiros de café queriam que o imperador
custeasse a vinda de imigrantes europeus (trabalhadores livres) para
substituir a mão-de-obra escrava. No entanto, as províncias do
nordeste e do Vale do Paraíba ainda defendiam o trabalho escravo
e lucravam com o tráfico
interprovincial.
Tal fato revelou a real oposição entre as elites da época. A lentidão
do imperador em resolver a crise levou os cafeicultores paulistas
a se aproximarem do Partido Republicano na defesa do regime republicano
federalista.
Um dos grupos mais representativos de oposição à monarquia eram
os abolicionistas.
O movimento abolicionista, iniciado em meados do século XIX, lutava
pela aprovação de leis que acabassem com a escravidão. Os membros
do movimento patrocinavam comícios, campanhas públicas e colaboravam
na fuga de escravos.
Em
1888, muitos fazendeiros paulistas já adotavam o trabalho livre
(imigrantes europeus) em suas lavouras de café. A escravidão não
lhes interessava mais; ou melhor, não era mais lucrativa. Na verdade,
em muitos municípios o trabalho escravo já havia sido abolido.
No Ceará, por exemplo, a abolição ocorreu em 1884.
Foi
diante desse cenário que, em maio de 1888, o Parlamento aprovou
a Lei Áurea,
abolindo
o trabalho escravo no Brasil.
Todas
essas transformações levaram a uma grave crise financeira que
abalou a estrutura da monarquia. Para complicar a situação, o
imperador havia triplicado a dívida externa com a Inglaterra após
a Guerra do Paraguai.
No setor político, além de perder o apoio dos fazendeiros, D.
Pedro II enfrentava acusações de corrupção e favorecimento a pessoas
ligadas à família imperial.