1864 a 1870
 

O que ocasionou essa guerra?

A região platina foi palco de disputas territoriais entre os países vizinhos. O equilíbrio diplomático foi mantido com muita dificuldade, pois o maior desafio era evitar que um desses países dominasse e controlasse a navegação nos rios da bacia do Prata.

Quais os países envolvidos?

Brasil, Argentina, Uruguai X Paraguai

Como tudo começou?

A região sempre foi palco de brigas políticas. Disputavam o poder no Uruguai dois partidos políticos, o Blanco e o Colorado. O primeiro reunia os grandes proprietários de terra que tinham como líder Manuel Oribe. Esse grupo contava com o apoio do presidente argentino Juan Manuel Rosas, que desejava recriar o Vice-Reinado do Prata juntando os países platinos de língua espanhola. Os colorados eram em sua maioria comerciantes e contavam com o apoio do Brasil e de José Urquiza, governador da província argentina de Corrientes e Entre Rios e contrário a Rosas e à sua idéia de reunificar a região.

Para complicar a situação, ocorriam constantes choques fronteiriços entre estancieiros uruguaios e rio-grandenses (brasileiros) devido à proximidade entre as áreas para criação de gado. Os constantes choques ocasionavam a destruição de fazendas e pastagens. A fim de impor seu controle na região e pôr fim aos conflitos territoriais, o império brasileiro desejava estabelecer sua hegemonia e combinava alianças políticas favoráveis aos seus interesses. Porém, nem tudo saía como D. Pedro II queria: no Uruguai, os Blancos foram vitoriosos, o que ameaçava os interesses do império brasileiro na região. Como resposta, em 1850, D. Pedro II ordenou a ocupação de Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina), depondo os governos de  Manuel Oribe e Juan Manuel Rosas.

Em 1864 novos problemas surgiram na região. Nessa época, governava o Uruguai Atanasio Cruz Aguirre, do partido Blanco, que contava com o apoio do governante paraguaio Francisco Solano López.

Contando com o apoio do líder colorado Venâncio Flores, D. Pedro II exigiu dos estancieiros uruguaios que indenizassem os fazendeiros gaúchos pelos danos causados em suas propriedades. O presidente uruguaio se recusou a pagar as indenizações. Como resposta, em 1864, as tropas imperiais brasileiras invadiram Montevidéu e derrubaram o governo de Aguirre, empossando Venâncio Flores, aliado do Brasil. Imediatemente, o Paraguai rompeu relações com o nosso país.
 
   A Guerra

Veja aqui como foram as batalhas!

Em 1864, o governo paraguaio ordenou a prisão do navio brasileiro Marquês de Olinda no rio Paraguai. Diante do fato, D. Pedro II declarou guerra ao Paraguai.

Em 1865, mantendo-se na ofensiva, Solano López  invadiu a província de Mato Grosso, tomando Nova Coimbra e Dourados e, logo depois, a província argentina de Corrientes, com o intuito de atacar o Brasil.

A Argentina entrou na guerra ao lado do Brasil, que já tinha o Uruguai como aliado. Os três países assinaram o Tratado da Tríplice Aliança, apoiados pela Inglaterra, pois o nacionalismo paraguaio ameaçava os interesses ingleses na América do Sul.

Em conseqüência, Brasil, Argentina e Uruguai assinaram, em 1º de maio de 1865, o Tratado da Tríplice Aliança contra o Paraguai.

Os países da Tríplice Aliança conseguiram, em 1865, a vitória naval da Batalha do Riachuelo e a rendição dos paraguaios que haviam chegado a Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. 

Tomando a ofensiva, sob o comando de Bartolomeu Mitre, presidente argentino, os aliados venceram as batalhas de Passo da Pátria e Tuiuti (1866). Quando o então marquês de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, assumiu o comando, a fortaleza de Humaitá foi conquistada (1867).

Lopez retirou-se para mais próximo de Assunção, capital do Paraguai, onde acabou derrotado nas batalhas da "dezembrada" (1868): Avaí, Itororó e Lomas Valentinas.

Assunção caiu e a última fase da guerra foi comandada pelo Conde d’Eu, encerrando-se com a morte de Lopez em Cerro Corá (1870).

                         As conseqüências da guerra

A guerra acarretou dificuldades para os países envolvidos, particularmente o Paraguai, que teve grandes perdas em vidas, recursos e territórios. O Brasil, a Argentina e o Uruguai aumentaram suas dívidas externas com os bancos ingleses.